terça-feira, 26 de outubro de 2010

Castelo, templo e gueixas: símbolos de Hamamatsu traduzem a seleção

Personalidades e características do time formado por José Roberto Guimarães têm relação com pontos turísticos do palco da estreia no Mundial de vôlei

A tranquilidade e a correria encontram seu equilíbrio em Hamamatsu. Os moradores escutam histórias de samurais e líderes religiosos, enquanto arrumam o cabelo após a passagem voadora do Shinkansen, em português, trem-bala. É nesta cidade, onde passado e futuro se misturam, que a seleção feminina de vôlei inicia a jornada em busca do ouro inédito no Mundial. Agora, além da grande população brasileira, o que será que o palco da estreia e a equipe verde e amarela têm em comum? Perfis de jogadoras e do técnico José Roberto Guimarães podem ser traduzidos em alguns símbolos locais.


Act City

Com 185 metros de altura, o Act City é um dos primeiros prédios a se ver quando se chega à cidade. Forte, imponente e alto, muito alto, assim como o bloqueio da seleção, formado pelas centrais Fabiana (1,93m), Thaisa (1,96m), Carol Gattaz (1,91m) e Adenízia (1,85m). O edifício, que tem 45 andares, é sede de diversas empresas brasileiras, como o Banco do Brasil, e referência de localização.

Templo Gosha Shrine

Mistura de desejo pela disciplina e uma calma de pai. Assim, poderia ser definida a personalidade do técnico da seleção, José Roberto Guimarães. Como ele, o templo Gosha Shrine também transmite tranquilidade, sem esquecer da responsabilidade. Na entrada, há um recipiente de água para lavar as mãos e se purificar. É preciso ter respeito. Dentro, placas de madeira viram cartas de pedidos de ajuda, conselhos. Os visitantes escrevem o que precisam, assim como as jogadoras vão até Zé Roberto para obter orientações técnicas e táticas para chegarem à vitória na quadra. Mais uma relação? Por apenas 300 ienes (cerca de R$ 6), você tira um amuleto de uma urna, que vem dentro de um papel. Um sapo, um guerreiro, são exemplos. Olhe na mala de Zé Roberto: lá encontrará alguns objetos de boa sorte também.

Minigueixas

Camila Brait e Fernanda Garay são as mais novas da turma. Convocadas recentemente para a seleção, elas se sentem maduras para defender o uniforme verde e amarelo, mas não esquecem o frio na barriga por disputarem seu primeiro Mundial. Assim como elas, as pequenas gueixas também tiveram receio de subir as escadarias do templo, mas olharam para a mãe, pegaram suas mãos e chegaram ao topo. Sem chorar.

Shinkansen

O trem-bala corta Hamamatsu a mais de 500km/h. Velocidade que é sinônimo de sucesso, já que é um dos veículos de transporte mais usados na cidade. Rápida na entrada e na saída de rede, Natália também é referência de eficiência. Versátil, pode jogar como ponteira ou oposta e solta o braço em qualquer um dos lados para conquistar mais pontos para a seleção brasileira.

Torii

Símbolo do Japão, o torii fica sempre em frente a um templo ou a um local de reza para espantar maus espíritos. É um portal de entrada para que tudo flua bem com o coletivo. Mesma função de Fabi na seleção.

Responsável pela defesa, a líbero pega a primeira bola e a encaminha para a levantadora. É a primeira referência nas jogadas do Brasil. Em seguida, não deixa que o ritmo caia e sempre grita com as jogadoras para que tenham mais motivação e alegria em quadra.

Pontes sobre rios

Muito comuns no Japão, as pontes já viraram pontos turísticos, sempre ligando uma parte a outra, passando por cima dos rios. Levantadoras da seleção, Dani Lins e Fabíola também têm essa função. Recebem a bola e armam as jogadas com as atacantes, ultrapassando barreiras de altura e bloqueio adversário.

Guerreiros do Castelo de Hamamatsu

Armaduras douradas, com desenhos de flores. Respeitados como se fossem entidades no Castelo de Hamamatsu, os guerreiros dos inúmeros imperadores que dominaram a cidade venceram batalhas contra adversários e contra sua vida pessoal, que teve de ser deixada de lado em nome do trabalho. Jaqueline também fez o mesmo. A ponteira voltou à seleção há pouco tempo, após um ano sabático para cuidar de seu casamento, com o jogador Murilo. Voltou e cumpriu sua primeira missão, com louvor. Foi nomeada a melhor atacante do Grand Prix.


Relógio do sol no Garden Park

O tempo é o senhor de um dos principais parques da cidade, o Garden Park. Repleto de flores, o local dá destaque para um relógio do sol e lembra que é preciso respeitar o ritmo dos ponteiros. Paula Pequeno foi obrigada a fazer isso. Com uma lesão no tornozelo, a ponteira, em conversa com Zé Roberto, decidiu não viajar com a seleção e está fora do Mundial pela primeira vez desde que vestiu o uniforme verde e amarelo.

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